16 de novembro de 2011

Pra não mais falar de amor...


... porque a leveza desse sentimento pesa mais que o suportável nas mãos da solidão

Nesse vai e vem inacabável de companheiros de corpo quando, na verdade, quem mais procura seu companheiro é a alma.

Caio em buracos e me ergo com a pressa de voar sem nem saber (ainda).

Corro diariamente não para chegar em algum lugar, mas para sair de onde estou. E nem sei o motivo.

Evito escrever, evito parar, evito pensar, evito sentir.

Tudo pra não mais falar de amor.

Pintei uma caixinha cheia de corações azuis e joguei minhas dores e amores ali dentro. Vez ou outra, olho pelo buraquinho lateral que fiz para eles respirarem enquanto tentam se resolver de alguma forma. E quase nunca consigo reconhecer quem é dor e quem é amor.

Nessa rima secular e estúpida que se acompanha eternamente virando clichê de músicas e poemas, eu me proíbo de juntar “amor e dor” em um texto, por isso, corto a tentação aqui!

Pra não mais falar de amor, mudei a trilha sonora da minha rotina, parei de ver comédias românticas e só leio livros de ficção.

Penso em sexo só por prazer, olho belezas sem me apegar e finjo ser fria pra disfarçar.

Tudo inútil.

O danado do amor sempre arruma um jeito de estar presente aonde quer que seja.

Pra não mais falar de amor, resolvi não amar... mas não consegui.

(Lara Gay)


4 comentários:

Jarbas Albuquerque disse...

é quase impossível se falar de amor sem falar em dor.
lado a lado. paralelos, mas que se encontram. e nesse encontro as marcas da maturidade.
fé no amor. leveza pra dor. e o sorriso contagiante sempre volta a acalmar.

Patricia Almeida disse...

São tão lindos seus textos, querida Lara, eles tocam, são tão cativantes! Uma fofura unica! Você arrasa! ♥

Iris Cristyn disse...

Cade o botão de RT PRODUÇÃO?
SHAUHSUHAUSHAUSHA

Achei que só eu tinha tentado a ideia de colocar tudo na caixinha, o problema é que gracas a minha cordenação motora as coisas não ficam muito tempo guardadas, a caixa cai e com ela vem tudo que o vento não faz questão de levar, ser fria tem lá suas vantagens.. mais demostrar acabava valendo mais apena do que guardar >-<

Dinho disse...

Por que sempre que tentamos esquecer o amor nos sentimos insustentavelmente leves? Seria esse peso sobre nossos ombros o motivo de toda a vida? A leveza, o peso, o ser, a compaixão (não em latin), o mistério sob o qual se esconde a felicidade humana.