25 de julho de 2012

O meu silêncio.


O meu silêncio é o acúmulo de palavras, por isso escrevo.
Digo tudo em nada mais que algumas linhas entaladas nas dobras dos dedos.
Meus fatos idiotas se transformam em contos de fadas cheios de heróis que criei pra fingir ser rainha, pra ser a bruxa quando eu quiser, pra ter o príncipe na minha cama, pra pecar sendo santa.
O lápis grita minha angústia, meus amores, meus amigos, as histórias que vivi, que vi, que criei. As que venci e não venci, as que doem e as que destroem.
Através do papel sou a dama e a vagabunda, finjo sentir e sinto, sou o que não sou e até me orgulho de não ser o que na verdade sou.
Só sei que posso tudo!
Posso tudo no meu papel em branco.
É aqui que borro o lápis de olho. Que vomito o álcool de ontem. Que rasgo o que não me serve.
E não me critique por não ser perfeita, por fazer minha arte em forma de d(r)ama.
Não tenho pretensão de mudar nada além de mim mesma com minhas palavras.
O que vem depois do ponto final é alívio.
E, como finalizaria o gênio William Shakespeare, O RESTO É SILÊNCIO.

(Lara Gay)

2 de julho de 2012

Tanto faz... ela me fez.


Quanto tempo é preciso pra se apaixonar?
Tanto faz...
Porque, com ela, foi no tempo de um olhar.
O seu sorriso me abraçou como um velho amigo que chegou.
Como quem esmaga a saudade do que não se viveu,
Mas aconteceu.
Afinidade...
Eu tive certeza que já conhecia seus traços
Seus passos já gastos dançando no meu caminho
Voando sem asa
Saindo de casa
Cantando carinho.
Doce morena que não vivo mais sem...
... você...
Que desperta em meu rosto
O prazer e o gosto
De querer ser alguém.

(Lara Gay)