Não faço poesia para os outros
Pra você, que debocha da minha arte?
Pra quem?
Pros quatro cantos que julgam os versos da parede?
Ri de mim pelas costas entre lobos e ignorantes
Enquanto leio contos soltos em livros velhos da estante
Sei de quase nada nessa vida
Você sabe da vida de quase todos
Prefiro permanecer no meu mundo em C
Clariceando, carpinejando, caindo
E você... criticando
Prefiro ser assim
A piada ambulante da sua boca invejosa
Que só cai na noite embriagada do suor de interesseiros
Minha arte é só minha
Não precisa de aprovação
Eu preciso da mutação (de mim)
Meu conhecimento e minhas descobertas
Quem me gosta é conseqüência
Meu objetivo não é um legado
Eu escrevo pra mudar meu eu
... funciona.
E isso basta pra eu continuar escrevendo.
(Lara Gay)