18 de junho de 2012

Almas desertas.


De tanto te amar assim, nos confundimos dentro de nós. De você e de mim.
Por tempos que nos deram certeza da real grandeza do que nos une
Impune de egoísmo, vivemos nesse jogo entre o céu e o abismo,
Com medo de cair sem ter asas pra voltar
De encontrar o chão onde não se quer ficar.
Guardamos segredos, abraçamos conselhos, somos essa mistura de ciúme e ternura;
Uma corda na cintura que se estica quando lança, mas enrola quando cansa,
Esperando o alerta, da outra alma deserta, para encontrar sua paz
Na voz, no corpo, no olhar, no momento incapaz.
Nos termos virou sossego, refúgio de todo desapego,
Essa luta sem vencedor que nos arrebata, mas não desata,
O nó que se fez do amor.

(Lara Gay)