22 de novembro de 2014

O temporal.



... Então, é quando ela se encontra sozinha,
Sem se encontrar em lugar algum,
Que sua alma transborda.
Chuva quente no rosto
Aliviando o temporal interno
Que inunda o dia a dia da moça.
A eterna busca por sentimentos
Que desapareceram junto com seu velho sorriso largo
Há tempos.
Mas que tempos?
Quanto mais ela transborda de si mesma
Mais se perde em sua busca.
Só frieza.
Lágrimas por ninguém.
Nem por si.
Se seca de tanta água.
Se recompõe com olhos inchados,
A pele branca vermelha,
As mãos perdidas nos cachos.
Veste sua fantasia de sair na rua
O disfarce da felicidade que não existe.
Sorri para o sol
Enquanto o temporal recomeça dentro dela.

(Lara Gay)

1 de abril de 2014

Roda Vida.



Sentir que a dor do outro faz minha dor maior
E não achar sentido no que venho sentido há tempos
Me faz sentir inútil.
Então eu questiono:
Qual é o sentido da vida?
Essa roda gigante que para de repente
Quando chegamos ao topo dela,
Dos nossos medos
Ou sonhos.
E quando o sonho é não sentir medo?
Ela volta a girar
Esfregando o vento na nossa cara
Pra sentirmos que tudo passa.
Até o topo.
Até o medo.
Até o sonho.
Até o vento.
E chega ao chão novamente
Onde não há vento.
Nem medo.
Nem sonho.
Nem nada.
Pra sentirmos que tudo para.
E qual o sentido de viver aqui sem sentir?
Lá vai a “roda vida” de novo pro topo
Numa busca constante de sentidos inexplicáveis.
Concluo assim:
Se a vida roda pra sentirmos,
Então a dor que sinto pela dor do outro
Faz parte da vida que passa.
E se a vida roda pra fazer sentido,
Então essa dor é inútil
Faz parte da vida que para.

(Lara Gay)