12 de março de 2011

Minha Sombra

Não sou um jogo de palavras trocadas no meio do álcool
Até que me queiram por inteira, deixem minha metade longe dessa bagunça
A gente arrisca o que se sente mesmo que custe a cara a tapa
Então me bata até que sua posse ensangüente suas mãos
É assim que você me quer?
Em seus papéis rasgados antigos?
Ou na sua cama esmagada por uma ressaca de tantos anos?
Sempre foi assim mesmo...
Você escolhendo o presente e eu esperando o futuro
Então faz o seguinte, engole o seu ciúme num cuspe seco sóbrio de nós
(que nunca foram desatados, por sinal)
E agüente o meu caminho sendo escolhido por mim mesma
Não quero mais fazer parte desse carrossel de mil bocas
Me perder em várias mãos nunca foi meu próximo passo
Sou mais minha que sua, mesmo que me doa em todas as partes
(algumas delas espalhadas na sua varanda)
Todo ser humano tem uma sombra, e o único jeito de acabar com ela é apagando a luz.

(Lara Gay)