24 de maio de 2010

Ela e Ele


Nada mais havia entre eles
Ela precisou fechar aquela porta
Cheia de cicatrizes
Vazia de sentimentos
Não derramou uma lágrima sequer
Já estava seca de tanta dor
Segurou firme na mão de seu anjo
Sangrando em silêncio
Entendeu que não devia mais
Tinha se tornado escrava da sua própria vida
Crescente vício desde o início
Na abstinência de cada dia cinza
Ele continuava ali
Disfarçado de melodia
Vagando de canto em canto
Inquietando sorrisos em bocas estranhas
Já não mais se importava com a presença dela
Não passava de um passado presente incoerente
Guardava no fundo a dúvida de anos
Mas o ponto era final
Ela recolheu os seus versos espalhados
Apagou as tatuagens
Foi embora sorrindo
Engolindo o grito na garganta
Ele continuou sentado
No tumulto de ser o centro
Nem a viu partir
Não sentiu a sua ausência
Só ouviu alguma coisa
Um berro agudo no violão
Uma corda arrebentou

(Lara Gay)

5 comentários:

A menina dos olhos de Deus disse...

''Nada mais havia entre eles
Ela precisou fechar aquela porta
Cheia de cicatrizes
Vazia de sentimentos...''

Aiaiaii...como sempre parece que vc escreve sobre a gente neh??!

Parabeeeéns Larinhaaa! Ameei o texto *--*
Beijão lindona!

A. Le Savoldi�� disse...

Fez bem, minha borboleta... Alçar voo é o melhor caminho. Vá e não olhe mais pra trás! Senão vira estátua de sal...rsrs

TE AMO!

Marcelo Mayer disse...

se trombaram nos próprios verbos

umadolescentenormal disse...

Se eu falar que chorei, pq me identifique, vc acredita? ahuhauaha
sérioo, sentii a ferida doer fortee :O

Juliana Lohmann disse...

Então agora ela estava livre
destampada
só na espera de si mesma.