25 de julho de 2012

O meu silêncio.


O meu silêncio é o acúmulo de palavras, por isso escrevo.
Digo tudo em nada mais que algumas linhas entaladas nas dobras dos dedos.
Meus fatos idiotas se transformam em contos de fadas cheios de heróis que criei pra fingir ser rainha, pra ser a bruxa quando eu quiser, pra ter o príncipe na minha cama, pra pecar sendo santa.
O lápis grita minha angústia, meus amores, meus amigos, as histórias que vivi, que vi, que criei. As que venci e não venci, as que doem e as que destroem.
Através do papel sou a dama e a vagabunda, finjo sentir e sinto, sou o que não sou e até me orgulho de não ser o que na verdade sou.
Só sei que posso tudo!
Posso tudo no meu papel em branco.
É aqui que borro o lápis de olho. Que vomito o álcool de ontem. Que rasgo o que não me serve.
E não me critique por não ser perfeita, por fazer minha arte em forma de d(r)ama.
Não tenho pretensão de mudar nada além de mim mesma com minhas palavras.
O que vem depois do ponto final é alívio.
E, como finalizaria o gênio William Shakespeare, O RESTO É SILÊNCIO.

(Lara Gay)

4 comentários:

Katy disse...

Feliz Dia do Escritor, meu anjo!
Muita sabedoria e luz pra vc! =)

♥ bem grande!!

Rique Meirelles disse...

O bom é que esse silêncio fica mais pra gente. Uma vez escritas, as palavras podem chegar a olhos e mentes e bocas sobre as quais nem pensamos. E isso muda muita coisa.

Lindo texto. ;)

bjins

Raquel Consorte disse...

Fantástico!

Pérola Faria disse...

Esse blog é incrível!!! Amo!